Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil – Brasília
@Fábio Rodrigues/Agência Brasil
O |
Senado aprovou hoje (4) projeto de lei complementar que viabiliza a transferência de recursos de outras áreas para financiar o piso salarial dos profissionais de enfermagem. Os recursos virão dos valores remanescentes de fundos de saúde de estados e municípios, bem como de valores remanescentes do Fundo Nacional de Assistência Social. Agora, o projeto segue para votação na Câmara dos Deputados.
A lei que estabeleceu piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros do setor público ou privado foi aprovada no Congresso Nacional em maio, mas, em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu os efeitos da norma. Em decisão liminar, o ministro Luís Roberto Barroso argumentou que faltava previsão orçamentária.
Barroso atendeu a
pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e
Serviços (CNSaúde). Segundo o ministro, há risco de insolvência pelos estados e
municípios, que empregam a grande maioria dos enfermeiros do serviço público. O
ministro também justificou a decisão com o risco de demissões em massa e de
redução de leitos com o encolhimento do quadro de enfermeiros e técnicos.
O projeto de lei
complementar aprovado nesta terça-feira garante os recursos questionados pelo
Judiciário. A proposta altera uma lei de 2020 que liberou para ações de
enfrentamento à pandemia de covid-19 cerca de R$ 23,8 bilhões que restaram no
fim de 2020 nas contas dos fundos de Saúde de estados, Distrito Federal e
municípios. Com a redução no número de casos e mortes por covid-19, o
entendimento dos senadores é que a verba será mais bem aplicada no reajuste
salarial da enfermagem.
“A realização de
atos de transposição, transferência e reprogramação de saldos financeiros
'parados' nos fundos de Saúde e de Assistência Social ainda é desejada no
momento atual, pois o enfrentamento da pandemia da covid19 não se limita à
primeira linha de ação, fortemente atacada nos anos anteriores”, afirmou o
relator do projeto de lei, Marcelo Castro (MDB-PI), em seu parecer. Segundo o
senador, inicialmente, o mecanismo auxiliará os entes subnacionais a arcar com
os custos diretos decorrentes da instituição do piso nacional dos profissionais
da enfermagem.
Calcula-se reunir
R$ 27,7 bilhões para a área de saúde e R$ 402,2 milhões para a assistência
social, setor incluído no projeto para, segundo o relator, “minimizar os
efeitos das desproteções sociais ampliadas pela pandemia”.
Blog do Paixão