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Caso Yana: defesa de PM cita Dom Casmurro para justificar que cliente "rompeu a linha do emocional"

De acordo com a defesa, ele "rompeu a linha do emocional" ao tomar conhecimento da suposta infidelidade da esposa"

Por Gabriela Castello Buarque12/06/25 às 15H59 atualizado em 12/06/25 às 16H27


Julgamento de PM que matou empresária ocorre 12 anos após o crime  - Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

O capitão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) Dário Angelo Lucas da Silva, de 51 anos, réu confesso por matar a empresária Yana Moura, em 2 de janeiro de 2013, é julgado nesta quinta-feira (12). O julgamento ocorre no Fórum de Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

Dário está sendo julgado por homicídio qualificado por motivo fútil e pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Durante a réplica da defesa, seu advogado, Ivaélio Mendes de Alencar, comparou o cliente ao personagem Bentinho, do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.

De acordo com a defesa, durante a apresentação da tese para retirar as qualificadoras do crime, ele “rompeu a linha do emocional” ao tomar conhecimento da suposta infidelidade da esposa”. 

Qualificadoras
“Que Dario seja condenado, que pague pelo que fez “, declarou o advogado, ao alegar que as qualificadoras de "motivo fútil" e "impossibilidade de defesa da vítima não se aplicam ao caso". 

“Vamos condená-lo, mas não com a qualificadora do motivo fútil”. Para o advogado, o motivo não foi fútil porque a fidelidade do casal [após o matrimônio] está prevista em lei. E, se previsto em lei, portanto, não é fútil. 

“Mata-se futilmente quando a razão pela qual um ser humano elimina o outro é insignificante. Coisas insignificantes não estão previstas em lei, coisas fúteis não tem repercussão no mundo jurídico. Então, essa qualificadora utilizada pela acusação subexiste”, disse a defesa.

Além disso, para justificar o pedido de retirada da qualificadora de impossibilidade de defesa da vítima, a defesa alegou que a vítima tinha conhecimento de que o réu era policial militar e estava com a arma próxima a ele. Porém, mesmo assim, insistiu em dar detalhes sobre a “suposta traição”. 

“O réu se arrepende profundamente, mas esse é o caso de um homicídio privilégio dado, haja vista de que o réu agiu por forte emoção em vista dos detalhes íntimos que foram relatados pela vítima”, concluiu a defesa de Dário. 

Promotoria
Ao retomar a palavra, a promotoria afirmou que “estão querendo ferir a honra da vítima, novamente. Voltaram ao século passado, utilizando o adultério como justificativa”.

De acordo com o representante do MPPE, Ademilton das Virgens Carvalho Leitão, o crime trata-se de um feminicídio, e só não está qualificado como tal por conta da época. 

“Ela morreu pela condição de ser mulher, é cruel, e é fútil sim. Foi um ato desproporcional, covarde e criminoso. A única traição provada nos autos é a dele”, pontuou.

Bentinho
Em Dom Casmurro, a trajetória do personagem Bentinho, que evolui para Dom Casmurro, reflete uma “linha do emocional” que se intensifica conforme a idade do personagem avança. Essa filosofia marca sua personalidade com introspecção, ciúme e melancolia. 

Essa “linha emocional” se manifesta em todas as fases da vida do personagem: infância, adolescência e maturidade; influenciando suas relações e decisões. 

DOCUMENTÁRIO SOBRE O CASO YANA LUIZA NO YOUTUBE

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